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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Regina Duarte atua e dirige no teatro

Nanda Rovere, especial para o Aplauso Brasil (aplausobrasil@aplausobrasil.com)

Regina Duarte comemora meio século de carreira
A montagem Raimunda, Raimunda marca a volta de Regina Duarte aos palcos. A estreia é hoje no Teatro Raul Cortez, às 21 horas. O texto é do piauiense Francisco Pereira da Silva (1918- 1985). No elenco estão: Regina, que também assina a direção, e os atores: Allan Souza Lima, André Cursino, Creo Kellab, Henrique Pinho, Ricardo Soares, Rodrigo Becker, Rodrigo Candelot e Saulo Segreto.

Regina passa tempos sem pisar nos palcos. O seu último trabalho foi Coração Bazar, direção de José Possi Neto, em 2005. Ela só decide fazer teatro quando encontra um texto que fala de coisas que está querendo investigar num determinado momento de sua vida.

"Raimunda, Raimunda" é dirigida pela atroz
¨Faço teatro para me conhecer melhor e para me equipar como atriz para a TV, que é uma vitrine¨, declara.
Escolheu encenar Raimunda, Raimunda porque ficou encantada pela história e declara ser uma grande admiradora das obras autor, que conheceu há quatro anos, num evento no Piauí. Na ocasião, foi presenteada com um volume editado pelo Grupo Harém de Terezinha contendo a quadrilogia das Raimundas. Duas delas chamaram especialmente a sua atenção, Ramanda e Rudá e Raimunda Pinto.

Regina acredita que a lembrança do seu pai Jesus, cearense, que dizia eita diabo!” sempre que estava contrariado, foi um dos motivos do seu encantamento pela obra.
 
A atriz na infância teve contato com circo mambembe e a peça também lhe chamou a atenção porque mexe com o universo circense, com humor, malícia e ingenuidade.
A encenação tem dois atos. No primeiro, Raimunda e seu companheiro Rudá, num ambiente de destruição ambiental, buscam São Saruê, terra prometida mencionada nos cordeis nordestinos.

O segundo é um épico em tom de farsa tragicômica, que narra, em flashback, a história da mulher do primeiro ato. Raimunda Pinto, cearense, que vai pra o Rio de Janeiro com o objetivo de se dar bem na vida e ser feliz.

¨A peça fala sobre a busca da felicidade nessa vida e como escolhemos caminhos em nossa vida. Os acertos e os equívocos que cometemos são retratados na peça¨, diz Regina.

Para a atriz, a montagem lhe proporciona um grande aprendizado pessoal e profissional.

¨Através da peça questionei quais os ingredientes que faz uma pessoa feliz¨, conta.
Apaixonada pelo projeto, se dedica de corpo e alma à montagem desde maio deste ano e pediu licença da Rede Globo para mergulhar com tranquilidade na direção, interpretação e apresentação da montagem, que já fez temporada no Rio de Janeiro, no Centro Cultural Banco do Brasil, passando, também, por Salvador e Fortaleza.

O autor Francisco Pereira da Silva já foi encenado nos anos 1950 e 60 por alguns diretores, entre eles, Gianni Ratto e João Bethencourt, mas a atriz se ressente por ele ser pouco conhecido e credita esse fato a ele ter sido encenado num momento em que a diversidade no país era ¨um artigo de luxo¨. Aposta, no entanto, que hoje sua obra será apreciada por público heterogêneo porque a prosódia nordestina está incorporada ao país.

Raimunda, Raimunda é a sua primeira direção. Aceitou o desafio porque não sentiu em outros diretores o mesmo entusiasmo que sente pelo texto. Chamou a assistente Amanda Mendes para ajuda-la na organização do espetáculo e realizar a ponte entre direção e equipe.
Em cena, Regina está ao lado de 8 atores, que interpretam 22 personagens. São 24 cenários diferentes e 45 figurinos ao todo.     

Regina Duarte completa 50 anos de carreira e, para ela, fazer um balanço de sua trajetória não é nada fácil diante de tantas realizações e sucessos, mas declara que Porcina é sem dúvida o seu personagem mais marcante, o mais lembrado pelos seus admiradores.

A atriz se sente privilegiada por sua carreira no teatro. Começou em Campinas fazendo o Palhaço do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, numa montagem amadora.
Em São Paulo, no teatro profissional, fez a sua estreia com Antunes Filho em A Megera Domada e já foi dirigida por grandes diretores, como Jô Soares em Romeu e Julieta, Gabriel Villela em A Vida é Sonho e José Possi Neto em Coração Bazar.

Salienta que a sua carreira é abençoada, ¨tive muita sorte e trabalhei duro; passei muitas noites estudando e decorando textos¨. Também destaca o grande aprendizado obtido com os diretores com quem trabalhou no teatro, na TV e no cinema, e diz ter tido muita sorte na sua carreira porque recebeu personagens emblemáticos (que representam a mulher brasileira).
A temporada de Raimunda, Raimunda vai até o dia 16 de dezembro, com Patrocínio da Porto Seguros. A expectativa é seja um sucesso, mas a Regina confessa que está aflita devido ao tamanho do teatro.

¨Espero que em São Paulo seja ótimo. Aqui tem muitos nordestinos e eles serão recebidos de braços abertos¨, diz.

Além das apresentações de Raimunda Raimunda, o público paulistano poderá conhecer detalhes da trajetória da atriz através da exposição Espelho da Arte - A Atriz e seu Tempo, que chega em novembro ao Liceu de Artes e Ofícios.

Outras homenagens à atriz merecem destaque: a inauguração de um espaço cultural em Franca, sua terra natal, e o lançamento de um livro que revê os seus 50 anos de profissão, autoria de Ivan Izzo.
Sobre o autor

Francisco Pereira da Silva (1918 - 1985) nasceu em Campo Maior, Piauí. A sua obra é ligada à temática popular e ao nordeste.

Entre as montagens que assinou texto e adaptação estão: Caso do Chapéu, de Machado de Assis, sob a direção de Carlos Murtinho; 1953. Em 1956, João Bethencourt dirigiu Memórias de Um Sargento de Milícias.

Em 1960, o Teatro dos Sete encenou O Cristo Proclamado, com direção de Gianni Rato. Raimunda, Raimunda, o seu último texto, foi apresentado em 1973 (direção de Paulo Afonso Grisolli).

Ficha técnica

Autor: Francisco Pereira da Silva.

Direção: Regina Duarte.

Cenografia: José Dias.

Figurinos: Regina Carvalho com colaboração de Beth Filipecki e Renaldo Machado.

Trilha Sonora: Charles Kahn.

Direção de Movimento: Sueli Guerra.

Iluminação: Djalma Amaral e Wilson Reiz.

Elenco: Regina Duarte, Allan Souza Lima, André Cursino, Creo Kellab, Henrique Pinho, Ricardo Soares, Rodrigo Becker, Rodrigo Candelot, Saulo Segreto. Assistente de Direção: Amanda Mendes.

Assistente de Movimento: Edney D’Conti.

Adereços: Orlando N. da Silva - 7FX - Efeitos Especiais.

Ilustrações e Arte Gráfica: João Paulo Andrade.

Fotos: Denise Ricardo e João Gomez.

Visagismo: William Ferrari.

Operador de Som: Maria Montysuma.

Operador de Imagens: Alan Fróis.

Operador de Luz: Guilherme Flores.

Contraregra: Rahoni Leher.

Cenotécnico: Adílio Athos - Ribalta Teatro, TV, Cine Ltda.

Direção de Produção: Humberto Braga.

Idealização e Coordenação Geral: Hermes Frederico.

Produção:Frederico e Osório Produções Culturais.

Produção em SÃO PAULO – Cristina Sato e Paulo Ferre.

 
Serviço:

Raimunda Raimunda – Estreia dia 19 de outubro, sexta, às 21 horas. Temporada: sexta às 21h30, Sábado às 21 horas e Domingo às 18 horas. Ingressos: sexta e domingo a R$ 50,00, sábado a R$ 60,00.

Classificação etária – 14 anos

Duração do espetáculo - 80 minutos

Teatro Raul Cortez - R. Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista - São Paulo – SP. Telefone (11) 3254 1631

. http://www.ingressorapido.com.br/ Tel: (011) 4003.121   estacionamento : R$ 17,00 . Bilheteria – Terça e quintas-  das 14h às 20h.  Quinta a Domingo- das 14h até o inicio do espetáculo. Lotação - 513 pessoas. Estacionamento: R$20,00.

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